domingo, 19 de março de 2017


CONSELHOS DE SÓCRATES PARA PLENIFICAR NOSSA EXISTÊNCIA

Na Grécia Antiga, o grande pensador Sócrates, de forma muito simples, sem ser simplória, costumava inquirir seus interlocutores acerca de questões complexas e de suma importância para a condução da  existência humana. Sua preocupação era conduzir as pessoas às veredas das reflexões sobre a natureza e o sentido da vida, objetivando contribuir para o entendimento de atributos importantes como virtudes, vícios, bem, mal, riqueza, pobreza, etc. Tudo isso com o intuito de ajudar na formação do homem em sua integralidade. Ao fazer uso das indagações (maiêutica), como era sua prática,  o filósofo buscava colocar o interlocutor diante do desafio de buscar a essência daquilo que cultuam como verdade, afim de alcançar o entendimento sobre os pressupostos que alicerçam sua vida. Para isso ele lançou mão de uma arma poderosa que é a arte de desenvolver perguntas pertinentes e profundas com a intenção de se atingir o cerne das questões, por mais simples que elas pudessem parecer.

A sociedade atual, marcada pelo imediatismo e pela superficialidade, nos impele a retornar aos ensinamentos do velho mestre, sobretudo porque nos encontramos diante do grande desafio de conferir um significado à nossa existência.  Nesse retorno convém citar o exemplo que Sócrates utiliza, tendo como referência a profissão do seu pai Sofronisco, o qual exercia o ofício de escultor. Em sua analogia entre o  ofício desenvolvido por seu pai e aquilo que a existência  espera de cada um de nós, Sócrates afirma que antes mesmo de começar a trabalhar na pedra bruta, o escultor já possui uma ideia da peça que ele irá construir. Isso se torna possível porque a habilidade artística do escultor, associada à sua sensibilidade, o capacita a ver o que está além da aparência bruta da matéria em si, vislumbrando nela aquilo que ela possui como potencialidade. Da mesma forma,  cada ser humano nasce repleto de potencialidades, sendo que sua principal função existencial é atuar de forma reflexiva,  afim de atuar no sentido de possibilitar  todas as condições para que elas se plenifiquem.



Princípios básicos:

1-    Lembrar sempre que somos os principais responsáveis pelo projeto que criamos a respeito de nós mesmos, sabendo que se não temos projetos bem definidos também não saberemos que ações podem ser desenvolvidas a nosso favor. Conforme nos alerta o filósofo romano Sêneca, “nenhum vento sopra a favor de quem não sabe para onde deseja ir.”



2-    Pautar nossas ações pela busca constante da verdade e da prática virtuosa que brota da ação reflexiva. Conforme o próprio Sócrates afirmava, “uma vida sem reflexão não merece ser vivida.



3-    Olhar para si mesmo como alguém que está repleto de potencialidades e, como tal, merecedor de alcançar o pleno desenvolvimento e todos os benefícios que ele poderá nos trazer.



4-    Ter clareza de que a maioria daquilo que impede o indivíduo de alcançar o pleno desenvolvimento está dentro dele mesmo. Daí o cuidado que precisamos ter para não desenvolvermos ações de auto sabotagem.



5-    Investir  com cuidado e honestidade no autoconhecimento, afim de descobrirmos quais são nossos pontos fortes e também os pontos fracos, afim de podermos nos amparar em nossas virtudes e desenvolver atitudes para neutralizar ou minimizar os efeitos destrutivos dos vícios.



6-    Conscientizar-se de que não existe nada de construtivo em construir e alimentar uma imagem irreal acerca de nós mesmos. Conforme canta Renato Russo em uma das suas músicas “mentir pra si mesmo é sempre a pior mentira”.



7-    Lembrar-se de que não adianta passar verniz em madeira podre. Ou seja, uma vez constatado qualquer elemento em nós que pode nos impedir de atingirmos nossa plenitude existencial, é necessário agir para neutralizar esse elemento. Disfarçar só fará com que tenhamos uma aparência de normalidade sem que nenhuma ação efetiva tenha sido tomada para resolver de fato a questão.



8-    Entender que diante dos vários desafios que a vida cotidianamente nos coloca, a mente tende sempre escolher a melhor alternativa que possui à disposição. Daí a importância de tornarmos a ação filosófica um hábito, com o intuito de oferecer à nossa mente a acessibilidade e conteúdos necessários para que nossas soluções possam ser as melhores possíveis.


sábado, 4 de março de 2017

O FRANKSTEIN QUE HABITA EM MIM

O psicanalista Carl Jung afirmava que “nós nascemos originais e morremos cópia”. Com isso ele nos chamava a atenção para o fato de que ao sermos colocados a viver em sociedade, vamos adotando seus códigos de conduta e comportamento, aprendendo, através do processo de educação ao qual somos expostos, a como moldar nossos instintos, afim de tornar possível a convivência com o outro. Durante esse processo de moldagem ao qual nos submetemos, fatalmente vamos deixando fragmentos do nosso eu original, o que Jung chamava de self, trocando-os por outros fragmentos que passam a constituir uma nova roupagem de nós. Nos tornamos uma outra pessoa, a qual, na maioria das vezes não é reconhecida nem mesmo por nós.
Em uma aula do meu curso de psicanálise de hoje (04/03/2017), meu professor Alexandre nos chamou a atenção para esse fenômeno, alertando-nos para um processo de franksteinização que mimosamente nos permitimos, sob o argumento de que precisamos nos adequar às demandas da sociedade afim de conseguirmos levar uma vida minimamente salutar. Em suas pertinentes observações o nobre professor queria nos levar à reflexão sobre o que resta do homem original que hoje habita aquilo que cada um de nós pode chamar de “eu”. Tal reflexão, se aprofundada, pode nos levar à conclusão de que está em curso na sociedade contemporânea, um processo patológico de negação do verdadeiro eu, o que é próprio da sociedade líquida que caracteriza o mundo em que vivemos. A exemplo do monstro Frankstein, que no decorrer de sua história se revolta quando é abandonado pelo seu criador, o homem da atualidade parece carregar uma certa revolta dentro de si por não se reconhecer como o criador e senhor da sua própria história, por conta da alienação a que ele voluntariamente se submete. Embora exista todo um discurso que o aponta como o responsável por construir seu ideal de realização e correr atrás daquilo que possa torná-lo realidade, o fato é que o homem de hoje talvez sequer saiba querer, desejar no mais profundo da sua alma. Somos seres que nos reconhecemos incompletos, e que, na tentativa de encontrar nossa completude, nos contentamos em usar fragmentos de outros que normalmente admiramos e com os quais buscamos algum ponto em comum. Corremos atrás de sonhos que não construímos, para chegar não se sabe aonde, sem considerar sobretudo os custos que normalmente amargamos com tais buscas, com sério risco de chegar ao final da nossa jornada existencial totalmente desfigurados.
A conclusão que essa reflexão pode nos possibilitar é que se torna cada vez mais urgente buscarmos dentro de nós as respostas para questões relativas aos nossos ideais, procurando descobrir o que de fato nos torna felizes e realizados, afim de que possamos canalizar nossa energia em direção à plena realização de objetivos que sejam construídos por nós, possibilitando-nos assim a oportunidade de atuarmos de forma mais autônoma na construção do ser humano que desejamos de fato nos tornar. Somos os principais responsáveis por construir o ser humano que projetamos em nós. Esta é uma constatação que não podemos ignorar, sob pena de desperdiçar nossa existência com uma vida vazia de significados e de  realizações que a justifique.


quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017




           PLANEJAR PARA ECONOMIZAR TEMPO E ENERGIA
O coach dos coaches, Rhandy di Stefano afirma que "planejar é decidir de antemão, qual e como será sua vitória". Essa afirmação está em consonância com  um ditado chinês que diz que “é necessário amolar bem o machado se quisermos derrubar a árvore na metade do tempo”. Em tempos de grande correria, nos quais somos bombardeados pela ditadura do tempo e da qualidade, parece um contrassenso quando ouvimos alguém nos alertar sobre a necessidade de interromper ou protelar o início de uma atividade para planejá-la. Afinal, aprendemos desde cedo que tempo é dinheiro e é justamente por concordar que o desperdício de tempo resulta em desperdício de dinheiro, que reafirmamos aqui a importância de se realizar um bom planejamento antes e durante a execução de nossas atividades. Para isso é se torna vital o despertar de uma atenção especial tanto ao foco que a  atividade a ser desenvolvida  requer, quanto às ações necessárias ao seu sucesso. Além disso temos que considerar que entre o foco e a ação existe o planejamento. Esquecer desse detalhe é  correr um sério risco de comprometer o resultado daquilo que estamos fazendo.

A grande sacada está na seguinte questão: entre você saber o que precisa ser feito e você realmente fazer, vale a pena investir um tempinho no planejamento. Quando se planeja é possível encurtar o tempo de execução e, consequentemente, aquilo que a princípio representaria uma perda de tempo, passa a representar um ganho valioso, uma vez que além do tempo ganho, certamente evita-se a fadiga e o stress, pois muitas das situações que poderiam atravancar o processo podem ser detectadas e, consequentemente, sanadas enquanto se planeja. É a prática do “amolar a ferramenta” que significa a diferença entre a execução de uma determinada tarefa com desperdício de tempo e de energia e o desenrolar da mesma tarefa com fluidez, satisfação e ganho de tempo e energia.

Existem  cinco passos importantes para o bom desenvolvimento de qualquer tarefa:

1-   Foco: o filósofo romano Sêneca afirmou que “nenhum vento sopra a favor daquele que não sabe para onde deseja ir”. Daqui entendemos que é preciso que tenhamos muito claro quais são as nossas metas, afim de que não nos deixemos desviar por algum contratempo ou mesmo por outras situações ou propostas que interfiram negativamente em nosso projeto principal.
2-   Planejamento: ele pode significar a diferença entre o sucesso e o fracasso de qualquer atividade que tenhamos que desenvolver. Quando realizado com responsabilidade e clareza, o planejamento nos auxilia na economia de tempo e energia, além de evitar o stress tão comum quando somos pegos de surpresa por alguma situação inusitada.
3-   Ação: o ponto de partida de qualquer planejamento são as questões referentes ao “o que precisa ser feito”, “como será feito” e “quais são os resultados desejados”. Todas essas questões estão relacionadas ao conjunto de ações que deverão ser desenvolvidas, com vista a obter o êxito que desejamos. Agir proativamente, de forma a garantir tal êxito deve ser umas das nossas principais metas.
4-   Melhoria: o filósofo grego Heráclito de Samos, afirmava que “nunca nos banhamos duas vezes no mesmo rio, pois as águas sempre se renovam, assim como  também nós não somos os mesmos”. Podemos aproveitar esse ensinamento para tornar cada uma das nossas práticas cotidianas única e exclusiva. Assim sendo, a cada vez que se planeja ou se retoma uma determinada ação, deve-se buscar fazê-la melhor do que fora feito antes. É durante o processo que se aprimora aquilo que está em construção.
5-   Resultado: é importante que se  tenha clareza desde o início sobre o resultado que se pretende alcançar com o trabalho a ser desenvolvido. Assim, se a projeção conseguida durante o processo apontar para outras possibilidades, há tempo para corrigir a rota, com vista a não perder o foco citado no primeiro passo.
Pense com carinho nisso que acabaste de ler. Sucesso sempre.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

ESCOLA DE FRANKFURT


ROTEIRO DE ESTUDO

1- Que condições históricas contribuíram para o surgimento da Escola de Frankfurt?


2-     Descreva o caminho percorrido pelos teóricos da Escola de Frankfurt para compor a teoria crítica da sociedade como um todo.

3-     Sob que aspectos a teoria marxista influenciou nas reflexões dos teóricos da Escola de Frankfurt?

4-     Por quê podemos afirmar que a Escola de Frankfurt concentrou seu interesse na análise da sociedade de massa?

5-     Quais são as críticas que  Max Horkheimer e Theodor Adorno fazem à razão iluminista e como eles as justificam?

6-     Que elementos da teoria dos pensadores estudados nos oferecem a ideia de que eles falam da desesperança em relação à possibilidade de transformação da realidade social do seu tempo?

7-     Sob que aspectos Adorno e Marcuse concordam e sob que aspectos eles discordam?

8-     Segundo esses pensadores, de que maneira a indústria cultural contribui para a homogeneização dos comportamentos e a massificação das pessoas?

9-     Em que sentido  o pensamento de Walter Benjamim se distancia dos  de Adorno e Horkeimer ?

10- Qual é a essência do texto “A obra de arte na época de suas técnicas de reprodução”? Em que medida suas ideias ecoam na sociedade atual?

11-  Que argumentos Walter Benjamim utiliza para defender que a arte dirigida às massas pode servir como instrumento de politização.

12-  Como Herbert Marcuse aproxima as teorias marxistas e freudianas em sua obra.

13-  Como Marcuse defende a criação de uma civilização menos repressiva? Segundo ele que transformações tornariam viáveis o surgimento de tal sociedade?

14-  Sob que aspectos Habermas discorda de Adorno e Horkheimer?

15-  Por quê Habermas é tido por muitos como o “último grande racionalista?

16-  Qual é o  papel atribuído por  Habermas  à ação comunicativa?

17-  O que Habermas chama de verdade intersubjetiva?

  

sábado, 25 de outubro de 2014

DIREITOS HUMANOS - CONQUISTAS RECENTES

Olá pessoal.


Conforme combinamos estou postando o material para que vocês possam tecer suas considerações acerca de alguns direitos conquistados pelos brasileiros. A proposta é que vocês separem os direitos que estão efetivamente ao alcance da população daqueles que constam apenas no papel. Lembrem-se de tecer as devidas justificativas.



Com a redemocratização a partir do fim do Regime Militar, setores sociais e sujeitos muitas vezes negligenciados passaram a ocupar mais espaço e exercer o direito de se manifestar. De 1988 em diante a sociedade civil começou a se articular em Organizações Não Governamentais e outras associações com o intuito de representar grupos marginalizados dentro da sociedade devido aos aspectos econômicos, sociais, culturais, físicos e religiosos. Realizaram conferências e formaram comitês de modo a sistematizar o processo de democracia. Formalizaram demandas reais do povo para os governos que culminaram em conquistas de direitos e políticas afirmativas.

1988 – Constituição Cidadã

A Constituição de 1988, também chamada de Constituição Cidadã, refletiu inúmeras lutas, conquistas e mobilizações sociais pela democracia e justiça social. Ela foi promulgada em 5 de outubro de 1988 e é a mais democrática de toda a nossa história. A Carta ampliou os direitos individuais, coletivos, sociais e políticos. Consagrou esses direitos para todos, contemplando as chamadas minorias, incluindo índios e quilombolas. Também consagrou incontáveis direitos com cláusulas pétreas – ou seja, imutáveis. Inovou nos direitos sociais, com um capítulo bastante abrangente e avançado, e também nas garantias, além de criar instrumentos de tutela coletiva e de proteção ao cidadão. Ela foi a consagração do regime democrático. A Constituição Brasileira de 1988 significa enorme avanço conceitual e jurídico para a promoção dos Direitos Humanos. Foi a partir dela que outras medidas e instâncias oficiais tiveram garantias para a consolidação dos Direitos Humanos. Entre elas destacam-se:

1997 – Secretaria Nacional de Direitos Humanos



A Secretaria Nacional de Direitos Humanos foi criada pelo Decreto nº 2.193, de 7 de abril de 1997, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso. Em 28 de maio de 2003 ela passou a ser Secretaria Especial dos Direitos Humanos, conforme mudanças feitas pela Lei 10.683/03, ganhando status de ministério. Ela é o “órgão da Presidência da República que trata da articulação e implementação de políticas públicas voltadas para a promoção e proteção dos direitos humanos”. Em 25 de março de 2010, a secretaria foi transformada em órgão essencial da Presidência e passou a ser denominada Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República. Fonte: http://www.sdh.gov.br/

2006 – Lei Maria da Penha

A Lei 11.340/2006, conhecida como Lei Maria da Penha, foi uma grande conquista para as mulheres brasileiras. Ela promoveu maior rigor nas punições para as agressões e violências contra a mulher, no âmbito doméstico ou familiar. O nome da lei homenageia Maria da Penha Maia Fernandes, que foi brutalmente atacada pelo marido durante seis anos de relacionamento. Ela sofreu duas tentativas de homicídio e, em decorrência disso, ficou paraplégica.

Direitos LGBTTT no Brasil

O reconhecimento legal de direitos LGBTTT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e

Transgênero) no Brasil (igualdade de direitos entre casais homossexuais e heterossexuais e o combate à discriminação, por exemplo) tem avançado nas últimas décadas. Embora ainda não haja uma legislação permitindo o casamento gay no Brasil, em 05 de maio de 2011, o STF (Supremo Tribunal Federal) reconheceu, em decisão unânime, a equiparação da união homossexual à heterossexual.

A luta contra o preconceito e discriminação por orientação sexual tem apresentado maiores avanços em nível estadual e municipal (com constituições estaduais e leis orgânicas municipais) que em nível federal. Para as pessoas transexuais e travestis, o Ministério da Saúde prevê a realização do procedimento de transgenitalização, além do tratamento e serviço de acompanhamento profissional, tudo fornecido pelo SUS (Sistema Único de Saúde). A possibilidade de essas pessoas terem o direito de escolha quanto ao tratamento nominal também tem sido reconhecida pela justiça em várias partes do país, como, por exemplo, no Estado de São Paulo, por meio do Decreto Estadual Nº 55.588/2010.

Programa Nacional de Direitos Humanos

Desde 1996, o Brasil tem realizado Conferências Nacionais de Direitos Humanos. Inspirado na recomendação da Conferência Mundial dos Direitos Humanos (Viena, 1993), para que cada Estado prepare o seu programa de direitos humanos, o país vem promovendo um amplo processo de consultas à sociedade e iniciou a formulação do Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH). A 11ª Conferência aprovou a estrutura geral do PNDH-3. Com base nos direitos e garantias conquistados pela Constituição e com um novo programa nacional, os Direitos Humanos tornaram-se um compromisso do governo brasileiro e passaram a ser conduzidos como política pública. O país foi um dos primeiros a atender às recomendações da Conferência de Viena.

Fonte: http://www.sedh.gov.br/

2008 – Pessoas portadoras de deficiência – Ratificação da Convenção

Em 09 de julho de 2008, o Brasil ratificou o primeiro tratado internacional com status constitucional de sua história. Trata-se da Convenção da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência. Isso quer dizer que, a partir de então, a Convenção passou a integrar a legislação brasileira. Essa Convenção, a primeira do século XXI, foi construída com a participação de organizações de deficientes de todo o mundo. Ela marca uma mudança de paradigma nas atitudes e abordagens em relação aos portadores de deficiência. Busca reconhecê-los como sujeitos de direitos e não apenas como objeto de proteção social ou do Estado. O documento consolida todos os direitos dos cidadãos com deficiência e proíbe a discriminação em todos os aspectos da vida, garantindo-lhes os direitos civis, políticos, econômicos e sociais, bem como à educação, aos serviços de saúde e à acessibilidade.

2013 – Ampliação dos Direitos do Trabalhador Doméstico

Os empregados domésticos são aqueles que prestam serviços de natureza contínua (frequente) e de finalidade não-lucrativa à pessoa ou à família, no âmbito residencial destas. Em 2 de abril de 2013, a Emenda Constituicional nº 72 trouxe novos direitos aos empregados domésticos. São eles: relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa; seguro-desemprego; FGTS; remuneração do trabalho noturno superior ao diurno; salário família; jornada de trabalho normal não superior a 8 horas diárias e 44 horas semanais; remuneração do trabalho extraordinário; redução dos riscos inerentes ao trabalho; assistência gratuita aos filhos e dependentes; reconhecimento das convenções e acordos coletivos; seguro contra acidente de trabalho; isonomia salarial e proibição de qualquer discriminação; proibição do trabalho noturno, perigoso ou insalubre ao menor de 18 anos, além de todos os demais direitos que já eram garantidos pela Constituição Federal e leis anteriores.

quinta-feira, 19 de junho de 2014

ROTEIRO DE ANÁLISE DO FILME “A ONDA”

Caros alunos
Conforme combinamos, segue o roteiro para elaboração de trabalho referente ao filme "A Onda". Para realizá-lo procure dotar-se do espírito de autonomia intelectual, deixando-se conduzir pelo desejo de aprofundar os temas discutidos em nossas aulas. Bom trabalho.

SOCIOLOGIA
1-    O filme tem como ponto de partida o curso sobre AUTOCRACIA ministrada pelo professor Rainer Wenger. O que esse tema significa? Como ele é desenvolvido no filme?

2-    Como você avalia a mudança que o professor promove no ambiente físico (disposição das carteiras) no início do curso? Uma simples alteração no ambiente é capaz de modificar as relações ente os membros de um grupo? Justifique.

3-    Uma das questões levantadas pelo professor para introduzir a discussão sobre a temática do curso foi  “ qual é o primeiro requisito para que uma ditadura possa se desenvolver”. Como você responderia a esta questão?

4-    Como você analisa a exigência feita pelo professor para que as pessoas se levantassem para falar? E quanto ao uso do uniforme?

5-    Como você analisa o comportamento do personagem Tim, ao demonstrar grande entusiasmo diante das propostas do professor?

6-    Ao longo do filme, percebemos que os laços que unem os membros do grupo vão  se solidificando. Que elementos tornaram possível essa solidificação?

7-    O  filme  mostra a vida particular de alguns alunos e seu relacionamento com seus pais. A maioria dos pais assume uma postura “liberal”, no sentido do “laissez-faire”, possivelmente com medo de dar diretrizes e assumir um papel autoritário. Esse modelo de educação pode ser considerado o modelo ideal para as gerações atuais? Justifique

8-    É possível afirmarmos que os membros do  grupo liderado pelo professor Rainer possuíam uma certa fragilidade na formação da sua identidade e que por isso,  mais vulneráveis às  ideias que lhe conferissem  algum significado à sua existência? Haveria outras  alternativas?

9-    As cenas envolvendo a relação familiar de alguns personagens podem servir como referência para entendermos sua conduta dentro do grupo e da escola? Justifique.

10- Em um determinado ponto do filme vemos um jovem que se sente excluído (Tim) oferecendo maconha a alguns colegas, dizendo que não precisariam pagá-lo, pois são seus amigos. Essa atitude representa uma tentativa evidente do adolescente de fazer amizades e pertencer a um grupo. Como você avalia esta situação?

FILOSOFIA
Após assistir ao filme preencha o roteiro a seguir, tecendo consideração sobre:
1-    Ideologias
a)     O filme faz alusões a  diversas ideologias e formas de governo, como o
fascismo, o anarquismo, a autocracia e o nazismo. De que forma essas ideologias influenciaram os jovens ao longo do filme e quais foram  as conseqüências disso?

b)    O filme nos  mostra que outras situações podem levar à alienação política e cultivo de lideranças autoritárias, como o vazio que permeia a juventude, o consumismo desenfreado, a falta de sonhos e projetos coletivos, o desinteresse pelo campo da política  estes elementos nos permitem afirmar que a juventude, de maneira geral, pode ser manipulada facilmente? Que elementos da nossa realidade podem servir para justificar sua resposta?

c)    De que forma o envolvimento com “A Onda” serviu para modificar o comportamento e as posturas políticas dos alunos? Você considera que as mudanças foram positivas?

2-    Método de ensino
a)     O método adotado pelo professor para ensinar sobre Autocracia foi adequado? Justifique.

b)     Não se pode negar que com sua metodologia o professor conseguiu chamar a atenção dos alunos para o tema da sua disciplina. Considerando-se o resultado final obtido por ele, podemos conferir razão a Maquiavel quando ele afirmou que “os fins justificam os meios”? Justifique.

c)    Considerando-se o final trágico da história, é possível afirmarmos que o professor agiu de forma irresponsável? Sob que aspectos?

3-    Relação professor – escola – alunos

a)    É possível percebermos que o filme procura nos chamar a atenção para o fato de que a  anomia social (ausência de valores) não existe apenas em um país derrotado pela guerra, mas também nos dias atuais, onde as regras de convivência e ética estão bastante relativizadas. Os jovens alunos do professor Rainer demonstram carência de autoridade, confundindo esse sentimento com a valorização do autoritarismo. Como você percebe essa questão em nossa sociedade atual?

b)    É possível afirmarmos que a relação que o professor tinha com os demais professores da escola pode ter contribuído na formação dos seus objetivos e procedimentos profissionais? Como?

c)    Ao contrário da família de Karo, a família de Tim valoriza e elogia a escola pela experiência, entendendo que a disciplina trará bons valores ao seu filho, porém, os pais pouco conversam com ele, delegando à escola a educação do jovem. Que avaliação você faz dessa postura?

d)    Considerando que a qualidade da educação recebida pelos jovens, tanto no ambiente escolar quanto no familiar, tem relação direta com o papel que os mesmos irão exercer na sociedade, reflita como as orientações recebidas por esses aprendizes, ou a ausência delas, pode refletir no comportamento dos indivíduos na sociedade.



quarta-feira, 18 de junho de 2014

ROTEIRO PARA ACOMPANHAMENTO DO FILME FÁBRICA DE LOUCURAS


SOCIOLOGIA


1- Analise a situação do grupo de moradores da cidade de Hadleyvilleapós o fechamento da fábrica de automóveis que movimentava a economia local.


2- Como podemos analisar a atitude de Hunt Stevenson diante da situação do desespero das famílias que dependiam dos empregos gerados pela indústria?


3- Logo nos primeiros dias de parceria surgem muitos problemas principalmente relacionados às diferenças históricas e culturais entre japoneses e norte-americanos. Que diferenças são essas? Elas foram superadas? As diferenças históricas e culturais são necessariamente negativas?


4- Com o desenrolar do filme percebemos que os funcionários americanos têm dificuldades de se adaptar ao estilo toyotista, o que os deixa insatisfeitos. Por outro lado, os empresários japoneses acumulam prejuízos pela baixa produtividade e resolvem abandonar a empreitada. Como você interpreta essa situação?


5- O filme assistido mostra inicialmente como a indústria se tornou importante no século XXI. Dela dependem outros serviços básicos e a quantidade de empregos gerados por ela é considerável. Como você analisa esta questão à luz do que estudamos em nossas aulas acerca do tema?


FILOSOFIA


1- O filme mostra o choque entre dois sistemas produtivos e as culturas de trabalho por eles criadas. Observe as seguintes características e comente as diferenças utilizando-se do referencial filosófico desenvolvido nas aulas que tivemos sobre a temática


a) Método de trabalho


• Norte americana – os funcionários exercem sempre a mesma função e a produção independe da demanda. Linhas de montagem.


• Japonesa – sistema flexível onde a produção é regulada pela demanda e há menor desperdício. Ilhas de produção.


b) Direitos e deveres dos trabalhadores

• Norte americana – Direito de dispensa em ocasiões especiais e dever de realizar a sua função no processo produtivo


• Japonesa – Direito de fazer parte da equipe e dever de garantir a produtividade e a qualidade do processo.


c) Produtividade do trabalho


• Norte americana – Alta para manter os custos menores.


• Japonesa - Muito alta com estoques mínimos.


d) Qualidade da produção


• Norte americana – baixa.


• Japonesa - alta.


e) Hierarquia


• Norte americana – Pouco rigorosa e importante para manutenção da ordem.


• Japonesa - Rigorosa e de extrema importância.


f) Paradigma produtivo


• Norte americana – Fordismo.


• Japonesa – Toyotismo.



2- Faça uma reflexão acerca das principais influências que mutuamente existiram a partir das relações entre as duas culturas, apontando os possíveis ganhos e prejuízos para as partes envolvidas.