terça-feira, 4 de outubro de 2011

REVOLTAS NO BRASIL IMPÉRIO


BALAIADA

O que foi:
- Revolta popular ocorrida no Maranhão entre os anos de 1838 e 1841.
Motivos do conflito:
- Grande parte da população pobre do estado era contra o monopólio político de um grupo de fazendeiros da região. Estes fazendeiros comandavam a região e usavam a força e violência para atingirem seus objetivos políticos e econômicos.
Como começou e os fatos mais importantes:
- No mês de dezembro de 1838 o líder do movimento, Raimundo Gomes, invadiu a prisão de Vila Manga para libertar seu irmão. Acabou aproveitando a situação e libertando todos outros presos.
- Em 1839 os balaios (como eram chamados os revoltosos), fizeram algumas conquistas como, por exemplo, a Vila de Caxias. Conseguiram também organizar uma Junta Provisória.
- O governo maranhense organizou suas forças militares, inclusive com apoio de militares de outras províncias, e passou a combater fortemente os balaios.  Com a participação de muitos escravos fugitivos, prisioneiros e trabalhadores pobres da região, os balaios conseguiram obter algumas vitórias no início dos conflitos.
- O  coronel Luís Alves Lima e Silva foi nomeado pelo Império como governador da província do Maranhão com o objetivo de pacificar a revolta. O Barão de Caxias, que mais tarde seria duque, foi eficiente em sua missão e reconquistou a Vila de Caxias.
O enfraquecimento do movimento e o fim da revolta 
- Após perder a Vila de Caxias, o comandante dos balaios, Raimundo Gomes, se entregou as tropas oficiais.
- Em 1839, após a morte de Balaio, Cosme Bento (ex-escravo) assumiu a liderança dos balaios. Em 1840 ele partiu, com centenas de revoltosos para o interior.
- Em 1841, já com o movimento enfraquecido, muitos balaios resolverem se render, aproveitando a anistia concedida pelo governo.
- Em 1841, o líder Cosme Bento foi capturado e enforcado. Era o fim da revolta.  
Cabanagem


Cabanos invadindo e ocupando a cidade de Belém (1835)
Introdução

A Cabanagem foi uma revolta popular que aconteceu entre os anos de 1835 e 1840 na província do Grão-Pará (região norte do Brasil, atual estado do Pará). Recebeu este nome, pois grande parte dos revoltosos era formada por pessoas pobres que moravam em cabanas nas beiras dos rios da região. Estas pessoas eram chamadas de cabanos.
Contexto histórico

No início do Período Regencial, a situação da população pobre do Grão-Pará era péssima. Mestiços e índios viviam na miséria total. Sem trabalho e sem condições adequadas de vida, os cabanos sofriam em suas pobres cabanas às margens dos rios. Esta situação provocou o sentimento de abandono com relação ao governo central e, ao mesmo tempo, muita revolta.

Os comerciantes e fazendeiros da região também estavam descontentes, pois o governo regencial havia nomeado para a província um presidente que não agradava a elite local.

Causas e objetivos

Embora por causas diferentes, os cabanos (índios e mestiços, na maioria) e os integrantes da elite local (comerciantes e fazendeiros) se uniram contra o governo regencial nesta revolta. O objetivo principal era a conquista da independência da província do Grão-Pará.

Os cabanos pretendiam obter melhores condições de vida (trabalho, moradia, comida). Já os fazendeiros e comerciantes, que lideraram a revolta, pretendiam obter maior participação nas decisões administrativas e políticas da província.

Revolta

Com início em 1835, a Cabanagem gerou uma sangrenta guerra entre os cabanos e as tropas do governo central. As estimativas feitas por historiadores apontam que cerca de 30 mil pessoas morreram durante os cinco anos de combates.

No ano de 1835, os cabanos ocuparam a cidade de Belém (capital da província) e colocaram na presidência da província Félix Malcher. Fazendeiro, Malcher fez acordos com o governo regencial, traindo o movimento. Revoltados, os cabanos mataram Malcher e colocaram no lugar o lavrador Francisco Pedro Vinagre (sucedido por Eduardo Angelim).

Contanto com o apoio inclusive de tropas de mercenários europeus, o governo central brasileiro usou toda a força para reprimir a revolta que ganhava cada vez mais força.

Fim da revolta


Após cinco anos de sangrentos combates, o governo regencial conseguiu reprimir a revolta. Em 1840, muitos cabanos tinham sido presos ou mortos em combates. A revolta terminou sem que os cabanos conseguissem atingir seus objetivos.
Sabinada

Bandeira da República Bahiense: criada durante a Sabinada
Introdução

A Sabinada foi uma revolta feita por militares, integrantes da classe média (profissionais liberais, comerciantes, etc) e rica da Bahia. A revolta se estendeu entre os anos de 1837 e 1838. Ganhou este nome, pois seu líder foi o jornalista e médico Francisco Sabino Álvares da Rocha Vieira.


Causas

Os revoltosos eram contrários às imposições políticas e administrativas impostas pelo governo regencial. Estavam profundamente insatisfeitos com as nomeações de autoridades para o governo da Bahia, realizadas pelo governo regencial.

O estopim da revolta ocorreu quando o governo regencial decretou recrutamento militar obrigatório para combater a Guerra dos Farrapos, que ocorria no sul do país.

Objetivos 

Os revoltosos queriam mais autonomia política e defendiam a instituição do federalismo republicano, sistema que daria mais autonomia política e administrativa às províncias.

República Bahiense

Com o apoio de vários integrantes do exército, os revoltosos foram para as ruas e tomaram vários quartéis militares. No dia 7 de novembro de 1837, tomaram o poder em Salvador (capital). Decretaram a República Bahiense, que, de acordo com os líderes da revolta, deveria durar até D.Pedro II atingir a maioridade.

Repressão e como terminou

O governo central, sob a regência de regente Feijó, enviou tropas para a região e reprimiu o movimento com força total. A cidade de Salvador foi cercada e retomada. Muita violência foi usada na repressão. Centenas de casas de revoltosos foram queimadas pelas forças militares do governo.

Entre revoltosos e integrantes das forças do governo, ocorreram mais de 2 mil mortes durante a revolta. Mais de 3 mil revoltosos foram presos. Assim, em março de 1838, terminava mais uma rebelião do período regencial.
Revolta dos Malês

Revolta dos Malês: insatisfação contra a escravidão e imposição religiosa
Introdução

A Revolta dos Malês foi um movimento que ocorreu na cidade de Salvador (província da Bahia) entre os dias 25 e 27 de janeiro de 1835. Os principais personagens desta revolta foram os negros islâmicos que exerciam atividades livres, conhecidos como negros de ganho (alfaiates, pequenos comerciantes, artesãos e carpinteiros). Apesar de livres, sofriam muita discriminação por serem negros e seguidores do islamismo. Em função destas condições, encontravam muitas dificuldades para ascender socialmente.
Causas e objetivos da revolta

Os revoltosos, cerca de 1500, estavam muito insatisfeitos com a escravidão africana, a imposição do catolicismo e com a preconceito contra os negros. Portanto, tinham como objetivo principal à libertação dos escravos. Queriam também acabar com o catolicismo (religião imposta aos africanos desde o momento em que chegavam ao Brasil), o confisco dos bens dos brancos e mulatos e a implantação de uma república islâmica.

Desenvolvimento da revolta

De acordo com o plano, os revoltosos sairiam do bairro de Vitória (Salvador) e se reuniriam com outros malês vindos de outras regiões da cidade. Invadiriam os engenhos de açúcar e libertariam os escravos. Arrecadaram dinheiro e compraram armas para os combates. O plano do movimento foi todo escrito em árabe.

Fim da revolta


Uma mulher contou o plano da revolta para um Juiz de Paz de Salvador. Os soldados das forças oficiais conseguiram reprimir a revolta. Bem preparados e armados, os soldados cercaram os revoltosos na região da Água dos Meninos. Violentos combates aconteceram. No conflito morreram sete soldados e setenta revoltosos. Cerca de 200 integrantes da revolta foram presos pelas forças oficiais. Todos foram julgados pelos tribunais. Os líderes foram condenados a pena de morte. Os outros revoltosos foram condenados a trabalhos forçados, açoites e degredo (enviados para a África).

O governo local, para evitar outras revoltas do tipo, decretou leis proibindo a circulação de muçulmanos no período da noite bem como a prática de suas cerimônias religiosas.
Curiosidade:
- O termo “malê” é de origem africana  (ioruba) e significa “o muçulmano”.
           Revolução Farroupilha - Os Farrapos
1)    Dados Históricos:
Ø Maior guerra civil da história do Brasil;
Ø A guerra aconteceu no período que vai de 1835 a 1845;
Ø Liberais defendiam a Proclamação da República, Conservadores a manutenção do Império
Ø A Revolução ocorreu no Rio Grande do Sul e em parte de Santa Catarina.
2)    Principais Causas da Revolução:
q Econômicas:          
Ø Impostos abusivos sobre o charque gaúcho e o gado em pé, principais produtos da economia gaúcha;
Ø Charque Uruguaio que entrava no Brasil não era taxado de impostos;
Ø Aboletamento e requisições;
q Sociais:
Ø Não havia escolas públicas na província gaúcha a qual alcançava na época 150 mil habitantes;
Ø Estradas ruins e a ausência de pontes que pudessem facilitar os percursos;
q Políticas:
Ø Revolução Francesa e seus ideais igualitários;
Ø Surgimento do Iluminismo e Liberalismo;
Ø Surgimento do partido Liberal (farrapo);
Ø Crescimento do acirramento político entre Liberais e Conservadores; 
q Militares:
Ø As indenizações de guerras não eram pagas ao povo gaúcho;
Ø Fardas novas, armas e munições, só em tempo de guerra;
Ø Militares gaúchos nunca receberam terras ou títulos de nobreza;
q Causas Secretas:
Ø Principais líderes farrapos tinham ligações com a maçonaria;
Ø Constantes acusações de conspiração a membros do partido liberal, vindas do império;
3)    A Revolução e Seus Líderes:
Do Lado farroupilha
destacam-se:
Ø Bento Gonçalves da Silva – líder farrapo;
Ø Antonio de Souza Netto;
Ø David Canabarro,
Ø Giuseppe Garibaldi,
Ø Gomes Jardim e
Ø Onofre Pires.
Do lado do Império
destacam-se:
Ø Barão de Caxias; -  líder do exército imperial;
Ø Marques de Souza,
Ø Silva Tavares,
Ø Chico Moringue;
Ø Bento Manuel Ribeiro.
4)    Revolução: Principais acontecimentos
Ø O exército Farrapo invade e toma Porto Alegre, capital da província. 19 de setembro de 1835. Começa a Revolução Farroupilha;
Ø Em 09 de setembro de 1836, ocorre a primeira batalha: “A Batalha do Seival”. Os farrapos comandados por Antônio de Souza Netto vencem a mesma.
Ø Antônio de Souza Netto proclama a República Rio Grandense no dia 09 de setembro de 1836.
Ø O que antes era uma Revolução, torna-se uma guerra entre uma república e um Império;
Ø Batalha do Fanfa. Os farrapos são derrotados e Bento Gonçalves e outros oficiais são presos e levados para o Rio de Janeiro;
Ø Mesmo preso, Bento Gonçalves da Silva é proclamado Presidente da nova República;
Ø Bento Gonçalves em 1837 foge da prisão, assume a presidência da república e nomeia José Gomes Jardim como seu vice;
Ø  Em 1839 Giuseppe Garibaldi e David Canabarro proclamam a República Catarinense;
Ø Com 11.400 soldados, sob o comando de Duque de Caxias, o exército imperial invade a República Rio Grandense para por fim ao conflito.
Ø Em 01 de março de 1845, Imperialistas e Republicanos assinam o “Tratado de Poncho Verde”, pondo fim a mais longa guerra que já existiu no Brasil.
5)    O Tratado De Poncho Verde:
Ø Versava o tratado que:
Ø O império assumiria as dívidas farroupilhas;
Ø Os escravos que lutaram na guerra seriam livres;
Ø Prisioneiros de guerras seriam devolvidos;
Ø Oficiais rio-grandenses seriam incorporados ao exército imperial;
Ø Os farroupilhas escolheriam o novo presidente da província.
6)    Principais Combates Da Revolução:
Ø Batalha do Seival:
Ø 10 setembro de 1836
Ø Farrapos saíram  vitoriosos.
Ø Ao término desta foi proclamada a República Rio Grandense;
Ø Batalha Do Fanfa:
Ø 190 mortes, mais de 200 feridos,
Ø Bento Gonçalves da Silva preso.
Ø Vitória Imperial.
Ø 04 de outubro de 1836.                                                 
n  Batalha de Laguna:
Ø David Canabarro e Garibaldi tomam a cidade de Laguna;
Ø Proclamação da República Catarinense;
Ø  22 de julho de 1839;
Ø Vitória dos Farrapos.
n  Batalha de Porongos:
Ø cerca de 100 lanceiros–negros do exército farrapo morreram nesta batalha,
Ø estavam dormindo e desarmados.
Ø David Canabarro era o comandante farrapo nesta batalha;
Ø Vitória imperial;
7)    Pós Guerra:
Ø Bento Gonçalves da Silva, maior líder da Guerra dos Farrapos, morre dois anos depois do término da mesma;
Ø Antônio de Souza Netto muda-se para o Uruguai;
Ø David Canabarro luta ao lado do Império na Guerra do Paraguai;
Ø Garibaldi retorna para a Itália.
Ø Escolhido pelos gaúchos, Duque de Caxias é nomeado Presidente da Província;
Ø O povo gaúcho recebeu todas suas exigências: econômicas, militares, sociais e políticas.                 

Nenhum comentário:

Postar um comentário